O que se sabe sobre o ataque com drones ao avião militar russo em Belarus?
Na manhã de 26 de fevereiro, várias explosões foram ouvidas de um aeródromo militar em 12 km de Minsk. Mais tarde, a associação de ex-agentes da lei BYPOL informou que os partisanos belarussos do plano de Peramoha (Vitória) danificaram um avião russo de reconhecimento A-50 com a ajuda de aeronaves pilotadas à distância.
De acordo com o chefe da associação, Aliaksandr Azárau, as partes frontal e central da aeronave, a aviônica e a antena de radar foram danificadas. A aeronave, que custou mais de 330 milhões de dólares, era muito importante para corrigir os ataques de mísseis russos em território ucraniano.
No mesmo dia, em Belarus, foram instalados postos adicionais de controle da polícia de trânsito e verificações em estradas estrategicamente importantes. Seguiram-se relatórios de que os controles fronteiriços foram reforçados a e que um “nativo da Crimeia”, que se diz ter estado envolvido
no incidente, foi colocado na lista de procurados. Além disso, o regime de Belarus começou a revistar os donos dos drones. De acordo com o Centro de Direitos Humanos Viasná, somente na cidade de Dziarjinsk, pelo menos seis pessoas foram detidas e condenadas a dois dias de prisão por “desobediência”. As pessoas foram espancadas depois da detenção.
No dia 28 de fevereiro foram publicadas imagens de satélite do aeródromo de Matchúlishtchy obtidas pela companhia aeroespacial Maxar Technologies após o suposto ataque. A julgar pelas fotos, a aeronave ainda está no aeródromo e não sofreu um dano fatal. No entanto, podem ser vistas manchas escuras na antena de radar da aeronave, que a BYPOL alegou anteriormente ter sido danificada.
O regime de Belarus não comentou o acontecido durante dois dias. Então o viceministro das Relações Exteriores de Belarus, Yury Ambrazévitch, respondeu ao inquérito da Reuters: “Dada a ausência de uma resposta oficial, estou profundamente convencido de que este é mais um embuste destinado a destacar certas fraquezas em nossa segurança nacional”.
O analista belarusso Aliaksandr Klaskóuski observa que o regime “já sofreu uma grande derrota de sua imagem”. Deveriam desmentir o acontecido logo ou declarar os culpados imadiatamente”. Ele está certo de que esse escândalo “atinge a imagem de propaganda de que Belarus é uma ilha de estabilidade no meio de um mundo louco”.