O número de “extremistas” em Belarus triplicou em outubro
O Centro de Direitos Humanos Viasná informa que a crise dos direitos humanos em Belarus continua a se aprofundar. Em outubro, mais 72 pessoas foram reconhecidas como presos políticos no país, e a lista de supostos “envolvidos em extremismo” cresceu de 573 para 1.469.
Em 18 de outubro, fez exatamente um ano desde que o regime declarou a primeira “entidade extremista”. A legislação interpreta o extremismo de maneira ampla e solta, e o regime explora cinicamente o tema de combate a extremismo e terrorismo para justificar a repressão de manifestantes e dissidentes. Só no dia 28 de outubro, o Ministério do Interior reconheceu 625 pessoas de uma só vez como “extremistas”. Além disso, apenas 12 pessoas das pessoas listadas em outubro foram condenadas sob artigos contendo o termo de “extremismo”. Em outubro, a lista dos materiais que o regime considera “extremistas” foi acrescentada pelo livro “A Pátria: História Ilustrada”, do historiador Uladzimir Arlou, a tradução belarussa do livro infantil “A Balada de um Pequeno Rebocador”, do Ióssif Brodski, Nobel em Literatura, e vários canais do Telegramas e do YouTube.
Continuam os julgamentos contra as pessoas que protestaram contra a guerra e “insultaram” os representantes do regime ou Lukashenka pessoalmente. Os tribunais também continuam a proferir sentenças por participação em protestos pacíficos em agosto de 2020. Em outubro, mais 34 pessoas foram condenadas por supostas “ações de grupo que violam gravemente a ordem pública”, ou seja, por participarem de manifestações pacíficas. As pessoas acusadas não bloquearam estradas nem destruíram nada, nem ofereceram resistência armada aos órgãos da polícia, suas ações não constituem o crime de que são acusados. Ao mesmo tempo, os defensores dos direitos humanos continuam a documentar casos de tortura e maus-tratos que permanecem impunes.